Jornalista é destaque na profissão pelo olhar atento a questões sociais e pela sensibilidade de escutar histórias que pouco são ouvidas

Por: Felipe Vargas Pires, Henrique da Fonseca, Maria Eduarda Panizzi e Michelle Pértile.

Desde o início da faculdade de Jornalismo, os estudantes aprendem a importância da prática da profissão ser humanizada e voltada à realidade. Eliane Brum, jornalista há mais de 35 anos, é referência para quem busca seguir na comunicação de forma comprometida com a sociedade. Com seu trabalho com enfoque em temáticas sociais, ouve vozes que pouco são escutadas e conta as histórias de quem, normalmente, é invisível. Com isso, lança o olhar e o debate a temas essenciais e necessários, como a crise climática. Trabalho comprometido com o cerne do jornalismo, que é o de ouvir, contar e contribuir com a mudança da sociedade.

É por meio da simplicidade e do olhar atento ao que é essencial que ela conta suas histórias. Um exemplo é o livro A Vida Que Ninguém Vê, lançado em 2006, vencedor do prêmio Jabuti em reportagem, que traz histórias de pessoas simples, mas com riqueza ímpar de conteúdo. Prática desafiadora, porque determina que a jornalista olhe para o contrário do que a maioria dos profissionais vê. Esse anseio de contar o que ninguém enxerga também está atrelado à responsabilidade de apenas contar aquilo que vivencia com a própria pele. Em suas grandes reportagens e em seus livros, se desloca até os locais mais remotos para poder contar, de forma fidedigna, o que vê. É a testemunha ocular que narra o que está vendo para quem não poderia chegar lá.

É por meio de suas palavras que ecoam nacionalmente e internacionalmente que ela transforma um problema que existe, mas que não é conhecido, em algo real para a sociedade. É a divulgação do que fala aqueles que não são ouvidos, colocando em debate assuntos essenciais que por muito tempo ficaram escondidos.

Trabalhos

Ao longo da carreira, muitos foram os prêmios que a jornalista ganhou. Entre eles, estão o Prêmio Esso, Vladimir Herzog, Ayrton Senna, Líbero Badaró, Sociedade Interamericana de Imprensa, Rei de Espanha e o Troféu Especial de Imprensa ONU. Trabalhou no jornal Zero Hora, foi repórter especial da Revista Época e colunista quinzenal no El País Brasil. Além disso, participou de muitos eventos, conferências e palestras. Lançou oito livros, além de ter participado de obras de outros autores. Também lançou quatro documentários.

Livros

1994: Coluna Prestes: o avesso da lenda;

2006: A Vida Que Ninguém Vê;

2008: O Olho da Rua – uma repórter em busca da literatura da vida real;

2011: Uma Duas;

2013: A Menina Quebrada;

2014: Meus desacontecimentos – a história da minha vida com as palavras;

2019: Brasil, construtor de ruínas;

2021: Banzeiro Òkòtó: uma viagem à Amazônia Centro do Mundo

Documentários

2005: Uma História Severina;

2010: Gretchen Filme Estrada;

2017: Laerte-se;

2017: Eu+1 – uma jornada de saúde mental na Amazônia.

Foto de capa: Alberto César Araújo/Amazônia Real

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