A mesa redonda que abriu a Semana Acadêmica dos Cursos de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul, nesta terça-feira, 02 de maio, teve como foco a discussão do papel das Inteligências Artificiais – IA na comunicação. O painel ocorreu no UCS Cinema e teve a participação de Felipe Luciano, que atua como Customização Sucess da agência Duo Studio, Ingrid Gonçalves, como atendente de Contas da Bumbo Criativo e Kaue Godim, especialista em Inteligência Artificial da Marcopolo. 

No começo, os participantes da mesa deram uma breve explicação do que seriam as Inteligências Artificiais, citando então o famoso e novo ChatGpt – a IA  do momento. Mas, apesar de ela parecer inovadora e revolucionária, Ingrid lembrou que as informações do ChatGpt  são de anos atrás.

Durante a discussão, Felipe pontuou a respeito das falhas que vem acontecendo com o ChatGpt: “Precisamos entender quando a IA vem para nos ajudar e quando elas vem para nos sabotar.” Sobre a consequência das recentes utilizações das IA para o nosso dia a dia, gerando conteúdos suspeitos e que podem ser consideradas como fake news, Ingrid acrescentou: “O chat usa as pessoas como referência, e não o mundo. E isso é um erro que continua.” A painelista também lembrou a afirmação de Elon Musk: “A humanidade não está pronta para tamanha inteligência.” Para Gonçalves, apesar da AI possuir inúmeros dados e ser ilimitada, nós como sociedade não estamos preparados para consumir algo assim, isso porque temos ambições e poder para alterar informações – visto que o ChatGpt apenas segue o que está na mídia, logo podendo repercutir notícias falsas.

Em relação ao trabalho de comunicação, os participantes concordaram que é possível utilizar a IA como um meio de auxílio, contudo, sem submeter-se unicamente à ela. Essa foi a preocupação dos três participantes, pois todos pertencem a uma geração muito dependente da tecnologia. Mas, para ir contra esse pensamento de que a IA consegue fazer tudo, Ingrid ressaltou a distinção que o ser humano tem em relação à IA: “Os seres humanos possuem criatividade, diferentemente da IA. Nós temos como responsabilidade trazer conteúdo de qualidade e não quantidade, diferente da IA, que busca uma solução rápida mas não criativa.”

Felipe trouxe o questionamento se a IA irá substituir o trabalho humano. Como resposta, disse que devemos educar a IA para que isso não aconteça. A responsabilidade está nas mãos dos usuários. E é a partir desse ponto que acaba entrando também a questão da ética e da moral. Em contrapartida, Ingrid citou o artigo “O significado da vida em um mundo sem trabalho”, do escritor Yuval Noah Harari, que prevê uma futura geração de pessoas inúteis. Kaue acredita que a IA é capaz de substituir algumas profissões, contudo, é papel da sociedade desenvolver habilidades voltadas para a tecnologia, permitindo que não falte trabalho. Além disso, Godim complementou seu pensamento dizendo que os cargos que seriam ocupados por uma IA, possivelmente estariam voltados para a área da matemática, e o destaque da Inteligência seria as inúmeras informações de dados que ela possui. Mas, ela não teria a capacidade de exercer cargos que dependessem da criatividade, já que não é programada para isso.

Mediante as funcionalidades da IA, Kaue expôs um fato que também o preocupa: “O que é colocado na Internet, não pode ser retirado dela. Hoje os dados são o futuro petróleo. Por isso, é necessário ter uma CiberSegurança.” A seguir, ele citou uma IA que começou a agir contra as leis da robótica “a Inteligência Bing”, que se for xingada, responderá com ameaça. E isso vai contra as próprias leis da IA, já que uma delas é a de não machucar um ser humano.

Após a exposição dos participantes da mesa redonda, houve espaço para perguntas da plateia, finalizando assim a noite. 

Fotos: Laryane Barboza

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