Coordenador do curso de Jornalismo da UCS, prof. Dr. Marcell Bocchese, presta homenagem ao aniversário de O Florense e discorre sobre o Jornalismo

Não há dúvidas de que a história d’O Florense se confunde com a de Flores da Cunha e região. Os enredos se misturam, naturalmente, pela simbiose que há na essência do âmbito das trajetórias.

Por mais que pareça claro, é sempre bom ressaltar que a Comunicação é uma instância decisiva na construção da história de um povo, de uma sociedade. As histórias contadas por este importante jornal, tanto em suas páginas impressas como nas suas produções contemporâneas de conteúdos digitais, contribuem, significativamente, para a manutenção das marcas de nossa região.

Hoje em dia, parece mesmo que a importância de um Jornalismo de qualidade nunca esteve tão em destaque. Uma reflexão é fundamental: quais seriam as nossas decisões como cidadãos se não existissem meios de comunicação de referência que apuram com cuidado os fatos, traduzem as informações para a audiência e, inclusive, agem como antídoto para as tão disseminadas fake news? Pois é, o Jornalismo, hoje em dia, também presta este importante serviço: confirmar ou desmentir informações. Abre-se, portanto, mais um caminho para a atuação do jornalista multimídia, particularidade da profissão que, já há alguns anos, ganha destaque.

Voltando à questão anterior, entende-se que, sem contato com o bom jornalismo, elaborado a partir de rigor ético e responsável, certamente faríamos parte de uma sociedade ainda mais desigual – apenas para citar um dos aspectos que deporiam contra nós.

A ética jornalística, balizadora da verdade, e, por consequência, a credibilidade do veículo (e de seus colaboradores) não são moeda de troca para o chamado bom jornalismo. Não são negociáveis! Esses elementos, mesmo que não específicos de um Jornalismo produzido nos dias de hoje, são características ainda mais valorosas atualmente, principalmente quando refletimos sobre a chamada pós-verdade, campo onde o perspectivismo impera e os fatos, mesmo devidamente verificados e referenciados, são deixados de lado frente ao pavor que muitas pessoas têm pelo contraditório.

E quanto ao futuro, o que se espera do Jornalismo? Imagina-se um Jornalismo cada vez mais responsável por expor as dinâmicas de um mundo cada vez mais virtualizado. Sua produção, naturalmente, será moldada ainda mais pela convergência midiática. Não se espera, assim, um papel menos importante em relação àquele que possui atualmente. O jornalista continuará produzindo conhecimento, em quaisquer que sejam os campos: social, político, econômico ou cultural, por exemplo.

Os bons meios de comunicação manterão a sua postura de testemunhar as dinâmicas do dia a dia de sua audiência.  A cultura, os costumes e a tradição do povo de Flores da Cunha e região continuarão sendo olhadas de perto pelas páginas e telas de um jornal cada vez mais conectado com as tendências da comunicação digital.

São 35 anos de história. Parabéns, O Florense, por se configurar como espaço de formação de jornalistas de referência. Como é louvável a longa história de um veículo que contribui, dia a dia, para a formação de jornalistas sérios, éticos e cientes do papel fundamental que exercem na sociedade onde estão inseridos. Sem dúvida, é muito gratificante acompanhar a trajetória de nossos jornalistas diplomados, ou ainda em formação, nas páginas impressas ou nas telas digitais do jornal.

Que a imprensa de Flores da Cunha e região continue sendo muito bem representada pelo papel desempenhado pelo jornal, ofício que transcende as páginas impressas e já converge para o digital, símbolo da evolução de tudo que não para no tempo.

Texto originalmente publicado em 08/10/2021, na edição 1.686 do jornal O Florense.

Autor: Prof. Marcell Bocchese

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