Estamos nos encaminhando para o final do semestre e em alguns cursos já estão em suas semanas de provas. Mas, como fica o estudante diante desse contexto de pressão? Quem nos ajuda a responder é o NAE – Núcleo de Atendimento ao Estudante da UCS. Após uma entrevista com esses profissionais e com estudantes, trazemos aqui algumas dicas e relatos de como amenizar o clima e melhorar o desenvolvimento pessoal e estudantil.

Em relação às dificuldades emocionais que os envolvidos vivenciam durante o curso, a equipe do NAE destaca as “crises” de ansiedade em diversos graus. Gisele Beatris Lain, assistente social do NAE, acrescenta: “Além deste sintoma podemos também observar sentimentos de desânimo, desatenção e falta de vontade para executar as tarefas.”

É fato que ansiedade, dificuldade de atenção e desmotivação começam a ser mais frequentes durante o período de provas. Contudo, a equipe do NAE dá algumas dicas de possíveis soluções para estabilizar a rotina desses estudantes:

Organização do tempo, do material e do espaço para estudo;
Não deixar acumular as atividades de aulas (quando fazemos as atividades das aulas, já é uma forma de estudo);
Procurar sanar dúvidas assim que observadas, dessa forma o estudante fica mais seguro diante do conteúdo;
Manter contato com professores e colegas, a fim de interagir em grupo. Por vezes, dúvidas e até dificuldades de compreensão são amenizadas quando partilhadas;
Destinar um tempo para lazer;
Buscar ajuda, quando perceber que não está bem. O NAE é uma opção, pois a partir da escuta, busca-se estratégias junto com o estudante para que a situação possa ser superada.

Além desses profissionais, os relatos dos próprios estudantes que se encontram nessa situação podem ajudar. Michele Berlatto, estudante do primeiro semestre de jornalismo relata: “A ansiedade me acompanha desde muito jovem, por isso ao longo do tempo fui aprendendo a trabalhar-lá. Dentro da universidade não foi diferente: o baque de um ambiente 100% novo com pessoas completamente diferentes da minha zona de conforto, volta e meia me remete a alguns sintomas.” Falando a respeito de quando e como esses sintomas começaram a ser aparentes, destaca: “Procuro me acalmar e conversar com pessoas que estão em situações parecidas, principalmente calouros assim como eu, para lembrar que não estou sozinha. Hoje posso dizer que estou bem e tranquila em geral graças à ajuda que busquei, que me levou ao acompanhamento psicológico que faço até hoje.”

Seguindo essa mesma linha de raciocínio, um estudante de engenharia da computação – que optou por não se identificar -, do quinto semestre, lembra: “Como a grande maioria das pessoas nos dias atuais, também preciso lutar contra a ansiedade de vez em quando. Gosto sempre de fazer atividades que me alegram e me mantenham calmo. A convivência social também pode ser muito importante durante estas crises.”

Mas afinal, nada acontece por acaso. Existem influências e conflitos que, quando se juntam, acabam desestabilizando o emocional do estudante. Para confirmar isso, a equipe do NAE pontua: “Existem muitos fatores, tanto internos como externos, normalmente as questões saem do controle do estudante quando se somam. Por exemplo: “sobrecarga” de trabalho e estudo, questões financeiras e para os iniciantes no ensino superior tem a questão de mudanças a aumento de responsabilidades/autonomia.”

E em relação a importância de procurar ajuda quando esses sintomas se mostrarem aparentes, a estudante Michele lembra: “Muitas vezes essa pauta é assustadora a quem ainda não a buscou, contudo não deve ser negligenciada. Sempre existirão profissionais e pessoas próximas à disposição para ajudar e colocar-se no lugar de quem sofre. Somos todos seres humanos.” Nesse sentido, o estudante de engenharia também comenta: “Nos dias de hoje, a ansiedade está cada vez mais deixando de ser um tabu, muitas pessoas estão começando a buscar psicólogos para tratar deste problema. Acredito que hoje existam diversas formas de tratarmos a ansiedade, até mesmo através de medicações.”

O NAE é composto por uma equipe multidisciplinar, integrando a assistente social Gisele Beatris Lain, a psicopedagoga Fabiana Lazzari e psicóloga Renata Sassi. Todas elas estão preparadas para acolher e ajudar os estudantes que as procuram. As profissionais relatam que se sensibilizam com todas as situações que acompanham, pois sabem que as questões emocionais causam sofrimento e, por isso, sempre fazem o possível para que os estudantes tenham o atendimento especializado o mais breve possível.

Foto: Pexels

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